segunda-feira, 13 de agosto de 2018

PICO ABROLHOS - CONJUNTO MARUMBI - MORRETES - PR

Cada montanha é cada montanha. Cada uma com suas características. Cada uma com seus mistérios. Mas todas me parecem muito atraentes. Vou descrever o que vi e senti. Não sei coisas técnicas dos morros.
Mas sei que o pioneiro a desbravar e chegar ao mais alto morro do Conjunto Marumbi foi o Joaquim Olimpio Carmelino de Miranda. Em homenagem o Pico leva o nome de Olimpo. Há controversias, porém não é essa a questão.
Com toda sua imponência e entrâncias o Conjunto Marumbi sempre foi o objeto de desejo dos montanhistas.  Costumam respeitá-lo porque é considerado um dos mais difíceis do Paraná.
Eu o conheço desde criança, das viagens de trem Curitiba - Paranaguá. Das viagens de carro via Estrada da Graciosa. Dos acampamentos na base na Estação Marumbi, isso na juventude claro, e até numa aventura pelos trilhos do trem a pouco tempo com meu marido. Mostrei aqui no blog sobre isso.
Subi o pequeno Rochedinho que faz parte do Conjunto porém fica um pouco separado dos demais. Falei dele aqui no blog também. Eles fazem parte do Parque Estadual do Marumbi.
Porém é a primeira vez que me atrevo a encarar os grandões.
O acesso é feito pelo IAP, Instituto Ambiental do Paraná em Porto de Cima próximo a Morretes. Por uma estrada de chão e pedra temos que caminhar por talvez 1 hora e meia até chegar a base do Conjunto Marumbi que fica exatamente na Estação de trem Marumbi.
O Pico de hoje é o do Abrolhos. Interessante visto de baixo, do meio e do alto.
Com seus 1200 m de altitude impõe certos percalços para atingi-lo. Obstáculos na sua trilha é o que não faltam. Haja folego, braços e pernas. Exige esforço físico.
Algumas paradas estratégicas são necessárias. Um desnível de quase 800 m. porque sua base na Estação Marumbi está a 460 m, de altitude.
Mas para ajudar e facilitar a vida da gente, nas partes de escaladas nas rochas mais altas e expostas estão instaladas  a chamada vias ferratas, que são as correntes, grampos, escadas e cordas. Me falaram em cerca de 250 degraus, grampos.
A maior parte da trilha é feita dentro da Mata Atlântica fechada, úmida, preservada, sinalizada, com cheiro bom de mato, bromélias, orquídeas e flores de altitude,  porém não menos difícil. Tem raízes e mais raízes no caminho que por sorte servem de apoio pra escalar as rochas menores.
A trilha era só nossa. E o cume nos esperava. E o alto daquele cume nos surpreendeu.
Ao meio dia a névoa ainda tapava tudo e passava de lá e pra cá. Mas estávamos realizados por ter chegado até ali. Descobri que esforço físico e expectativa fazem bem pra saúde, principalmente mental.
Mas repente, não mais que de repente, a bruma foi abrindo suas cortinas  e mostrando um paredão gigante a nossa frente. Um só não, mas uns e toda uma serra. A silhueta da Serra da Farinha Seca ao longe parecia uma pintura. Parecia uma cena de filme épico.
A névoa ficou brincando de vai e volta algumas vezes tapando tudo, mas esperávamos pra ver novamente aquela imagem. Mas toda vez que aquele paredão da Torre dos Sinos  ou Ponta do Tigre apareciam eram muitos os clicks e emoções. Que lindo! Que privilégio! Nem sei expressar muito bem as sensações, mas ficaria ali por muito tempo. Oh! Natureza.
Vejo isso como benção. Agora é só curtir. Nem quero pensar na volta que também é, haja folego, haja braço e perna. Mas é hora de voltar que a trilha é longa.
Falei por brincadeira quando estava no sufoco da trilha " o que que eu estou fazendo aqui?! " e a colega responde " vivendo!". É isso, a vida passa e urge. É preciso viver. É interessante conhecer lugares e pessoas, é interessante ver as coisas por outros  ângulos inclusive do alto.  Vivamos então. A vida é movimento. Outros morros me esperam.
Algumas fotos mostram o trajeto.
Vitral na estação de trem abandonada Engenheiro Lange










A Quintal de Casa Ecoturismo nos guiou e como sempre com maestria e competência.
http://www.quintaldecasa.eco.br

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