sexta-feira, 20 de julho de 2018

MORRO DO SETE - MORRETES - PR

Nem parece tão alto.  O Morro Mãe Catira antecede o Morro do Sete, e obrigatoriamente temos que subir e descer o Catira pra depois subir e chegar ao Sete.
Domingo de sol, dia claro e lá vamos nós de novo morro acima. Quase todo trecho dentro da Mata. Me desculpem alguns  mas não é uma trilha fácil. Obstáculos desde o início. Haja obstáculos. Raízes de montão, pedras grandes pra escalar, troncos caídos e por sorte, uns riachozinhos pra se refrescar e até beber água.
Nesta época de inverno pouco barro. Em outras épocas pode se deparar com partes de lodo e barro. Talvez por isso não é uma trilha de muita procura. Mas está sinalizada, com fitas de todas as cores, mas indicam o caminho.
O cume do Catira nos seus 1.450 m de altitude não é aberto. É marcado somente por uma inscrição no chão  indicando que chegamos ao topo. Mas em alguns trechos mais abertos é possível admirar o panorama lá em baixo  que vai descortinando-se. Curitiba e Quatro Barras, a Estrada da Graciosa já ficam a vista. 
A descida do Mãe Catira  para o Sete é bastante íngreme e é preciso esforço e mais água.
Na subida para o Sete a vegetação já vai ficando mais baixa, uma espécie de capim alto, chamado caratuva, que tampa toda a trilha, é necessário ir abrindo com as mãos para enxergar onde está pisando.
O trajeto todo pode ser feito em mais ou menos 3 horas, mas para iniciantes pode durar mais um pouquinho.
O Morro Sete é famoso por uma inscrição na lateral rochosa que parece o número 7.
É na verdade uma fenda ou uma fissura na pedra que tem esse formato. É possível ver isso quando trafega pela Estrada da Graciosa.
A chegada ao topo do Sete em seus 1.380 m de altitude, é surpreendente. O visual é lindo. De um lado o Pico Marumbi, Morretes, Baía de Antonina e outros morros da chamada Serra da Farinha Seca do qual o Sete e o Catira fazem parte. Do outro lado estão as silhuetas dos grandes morros da Serra do Ibitiraquire. 
No auge dos meus 62 anos me sinto uma privilegiada por ver tudo isso do alto. Junto comigo estão meu marido e quatro jovens cheios de energia, disposição e simpatia. Parecem agradecidos também por mais uma conquista e a recompensa do esforço. Eles são da Living Life Aventura, que  estão sempre nas trilhas
Preciso agora contar sobre a aventura da volta. 
Almoçados e descansados e hora de voltar antes que escureça. Afinal são mais ou menos 2 horas e meia ou três horas de trilha.
Saímos na frente do guia pensando que seria fácil encontrar a trilha de volta. Mas,...em meio aquela vegetação de capins altos os caminhos se multiplicaram e fomos parar em uma trilha que leva a outro morro do lado chamado Polegar. Trilha muito pesada e num declive desafiador, mas tínhamos a certeza absoluta que o caminho era aquele. Afinal estavam ali as mesmas raízes, as mesmas pedras, as mesmas sinalizações de todas as cores nos galhos. Sim, eu já tinha  passado por ali. Descemos e de repente o único caminho era pro alto naquela vegetação baixa de capim confuso e até deu pra ver a cidade e o sol no horizonte. Voltamos, eu , meu marido Nadir, e as duas jovens meninas. Estávamos sem saber o que pensar. Como assim? Esse não é o caminho? Subimos de novo. Descemos. Ligamos para guia  e outro companheiro que tinham certeza que estávamos logo a frente deles. O sinal de celular é muito oscilante. Resolvemos subir tudo de novo naquela trilha absurda de difícil. Nestas alturas eu estava apreensiva e cansada. Enquanto os meninos também voltavam subindo. E o sol se pondo. E eu já não enxergando muito bem.
As meninas super acostumadas com trilhas, calmíssimas diziam:" não se preocupem, nós temos lanternas, água e comida."  Parabéns a elas. Até apito elas tinham.
Enfim, todos subimos e descemos e nos encontramos. Viva! A noite chegou e os guias preparadíssimos tinham lanternas e lanche e água e tudo mais e além disso calma e serenidade. Fiquei mais tranquila. Descemos já  no escuro por mais ou menos 1 hora e meia, em meio a raízes, troncos e rochas. Acabei perdendo meus óculos e não sei até agora como enxerguei tão bem só com aquela lanterninha na cabeça.  Vivi esta aventurinha e valeu. Já fiz minha caminhada noturna. Deu até pra tirar uma foto do último clarão do sol.  Obrigada meninos. Há relato de outros trilheiros que fizeram a mesma coisa no mesmo lugar, indo parar lá em outro morro.
Conclusão: É muito fácil  perder se no mato. As trilhas enganam. O Guia é imprescindível quando não se sabe o caminho. Não saia antes do guia achando que já aprendeu tudo da trilha. Leve equipamento básico. Lanterna, apito, capa de chuva, água.
A Living Life Aventura conhece bem o caminho e pode levar você.

Morro do Sete com a inscrição no alto
Placa que indica o cume do Mãe Catira














Nenhum comentário: