domingo, 23 de fevereiro de 2014

AVENTURA PELO DESERTO DO ATACAMA

DESTINO MACHU PICCHU

Novamente me aventuro numa viagem de vinte dias num ônibus. Saindo do sul do Brasil. Curitiba, Barracão que faz fronteira com a Argentina. Quanta expectativa e empolgação. Os viajantes conversam e se conhecem até que, na primeira aduana, fronteira com a Argentina, problemas. Fomos parados por mais ou menos 2 horas, por um motivo qualquer, mas enfim temos que nos submeter as autoridades. Temos sempre que viajar com espírito de aventura, porque contratempos acontecem.
Muito bem, conseguimos passar e vamos em frente. Já na Argentina uma estrada reta sem fim que durou muitas horas, sem lugares decentes para parar e ir ao banheiro ou comer. Mas a paisagem é bonita. Veja os girassóis e os pastos argentinos.

Por todo percurso desta estrada e até outras regiões, existe esses santuários com bandeiras vermelhas em homenagem ao lendário personagem  da cultura argentina, Gauchito Gil, seu nome era Antonio Gil, um trabalhador rural que foi morto degolado pelo Partido Liberal. Era devoto de São Morte e era um tipo de Robin Hood argentino, roubava dos liberais para dar aos pobres. Era do Partido Autonomista da Provincia Corrientes porisso a bandeira vermelha.

Enfim chegamos em Jujuy, onde pudemos pernoitar. Cidade de ruas estreitas e o ônibus mal cabia para passar, mas gostei, gente simpática e atenciosa. 

No dia seguinte, rumo ao deserto. Que expectativa! Esta é a melhor época para visitar o Deserto do Atacama e Machu Picchu porque no inverno a neve impede de ver as mais belas paisagens  destes lugares.
Gostei de imediato. Vegetação rasteira, espinhosa, estrategicamente rígidas para reter água. Este deserto é montanhoso, e acredite, surpreendentemente colorido. As temperaturas podem variar de 0° a 40°. Apresentam alguns lagos com água o ano inteiro, que serve de fonte de vida para animais e pessoas, moradores do deserto.





É muito bonito! Enche os olhos. E pensar que não chove  por lá a décadas. É o deserto mais alto e mais árido do mundo. A Cordilheira dos Andes impede que a umidade do Oceano Pacífico chegue até o deserto. 
No inverno a neve toma conta das paisagens trazendo outro tipo de beleza, porém estas são as minhas preferidas.

Nesta altitude de 4100 metros de altitude tudo fica mais difícil para quem não é da região, a respiração fica ofegante e é preciso ter calma e economizar energia. Nesta parada, em pleno deserto, nativos vendem este artesanato esculpido em pedra.  Os ônibus de turismo estão equipados com oxigênio para qualquer problema com os passageiros. Alguns tem dores de cabeça e outros falta de ar. Mas nada sério. É tudo muito interessante.
Outra alternativa é mascar folhas de coca, é isso mesmo, por aqui o chá de coca e as folhas são comuns por aqui. Aliviam a tontura causada pela altitude. Em todos os restaurante e hotéis são servidos como cortesia o chá de coca. Gostei. É digestivo também.

Salar do Deserto do Atacama

Isto não é neve, é sal. O salar de Surise possui um espaço de 3000km2 de sal. É cercado de montanhas e não tem saída para drenagem de água.


San Pedro de Atacama

É considerada um oásis no deserto. Cidade a 2400 m de altitude e com quase 2000 habitantes. Ponto de encontro de viajantes, mochileiros, motociclistas, cientistas e outros. De lá saem os passeios turísticos para os gêiseres, subida ao vulcão, caminhadas, lagoa Chaxa onde milhares de flamingos vem se alimentar, passeios à cavalo.Também são feitas excursões para o Salar do Atacama. Em San Pedro os bares e restaurantes ficam lotados de turistas para combinar os passeios do dia seguinte. 


Os recursos para hospedagem é boa em San Pedro, existe pousadas menos abastadas e também hotéis luxuosos, com piscina e tudo mais.
O deserto é impactante, inacreditável. Ao longe, picos nevados da Cordilheira dos Andes.
Este é um dos lagos mais altos do mundo, já que esse é o deserto mais alto. Água de degelo.

O deserto é completamente lindo! A cada curva uma nova paisagem e surpreendente. Graças à Deus que tive o privilégio de ver tudo isso.
Aqui, aduana do Chile.
Vamos em direção à Bolívia. Lembrando que já dormimos no ônibus em deslocamento algumas noites. Então o verde aparece. 
A água de degelo escorre em algumas regiões e as deixam muito produtivas.


 Aqui alguns silos para armazenamento de alimentos.

Encontramos de vez em quando pequenas cidades em pleno deserto.

Nessas alturas o ônibus já não era mais tão cheiroso, aliás era bem cheiroso, de chulé, de comida, de suor e outras cheiros indefinidos.


Enfim, La Paz- Bolìvia



 Do silêncio do deserto para a agitada capital La Paz. De repente, depois de tanta contemplação, passamos para um estado de empolgação, atenção e surpresas. Ah que bom, vou dormir numa cama de hotel.
A Bolívia faz fronteira com o Brasil ao norte e leste. É um país com a segunda maior reserva de gás natural na América do Sul, e também com muitos problemas econômicos e 60% da população está na pobreza.


Esta é a parte histórica de La Paz e este é o Palácio do Presidente do País,  Evo Morales.



Por aqui ainda existe estes ônibus antigos e que chamam a atenção de turistas.  


Depois de todos os passeios e compras, prata 995 e blusas de lã de guanacos, lhamas e outros bichos, vamos conhecer as ruínas e cidades arqueológicas da Bolívia e seguir em frente pelo deserto.
A Bolívia fazia parte do império Inca, antes da colonização européia. O território boliviano é habitado por mais 12.000 anos. As escavações que descobrem ruínas de povos antigos nesta região ainda estão ativas. Por exemplo o sítio arqueológico de Tiwanaku.





Ainda existe escavações no local, sempre é encontrado um novo vestígio de antiguidade. 
E vamos nós ao encontro do Peru. Dormir no ônibus já é um suplicio, andar nestas estradas então é demais para esses pobres viajantes. Na 2ª parte mostro muito mais sobre o Peru. Muitas histórias vem aí.

A LeãoTur faz essa viagem, várias vezes ao ano, menos no inverno.

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