sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

AVENTURA PELO DESERTO DO ATACAMA - PARTE II

DESTINO MACHU PICCHU

Depois de mais deserto chegamos a fronteira da Bolívia com o Peru. Que susto. Que pobreza. Que sujeira. Que confusão. Todos nós passageiros tivemos que descer do ônibus para vistoria e fazer a imigração. Crianças e adultos peruanos nos atacaram querendo ajudar a preencher a documentação, alugar canetas e vender quinquilharias. Tudo por uns trocados. Havia mais de 50 pessoas tentando achar um cantinho para preencher a documentação. Ficamos atordoados e alertas. Não havia lugar, para apoiar no preenchimento de  um quilo de papéis. Muita gente e pouco espaço. Na hora do câmbio de moedas outro tumulto, pois os meninos queriam nos levar até as casas de câmbio. Tudo por uns trocados. Parecia o caos. O esgoto é  a céu aberto nas ruelas de chão batido.
No Brasil também tem disso, que eu já vi nas minhas andanças por aí.

Na ponte que faz fronteira sobra pouquíssimo espaço para que um ônibus passe, porque os ambulantes tomam conta da ponte para vender suas mercadorias.
Mas tá, demorou  mas conseguimos e passamos e já no Peru, vamos para Puno, que é uma província do Peru.
Puno
Chegamos em Puno. Oba! Hotel. E hotel bacana. Vou dormir em uma cama.

 Cidade simpática, com bons hotéis, restaurantes, lojas de souvenirs. As lojas vendem muito roupas de lã de alpaca.

Na porta do hotel, ambulantes vendem para turistas, blusas de lã, as de alpaca,a um preço bem convidativo. Não resisti. Comprei. Adorei. Vesti na horas e saí realizada para o passeio de táxi cholo ( bicicleta ou moto acoplada a uma cabine com 2 ou 4 lugares). É muito divertido. Vamos rindo, felizes como bons turistas. Que venham as novidades.
O passeio nos leva até a grande atração da cidade e famoso Lago Titicaca.
É o lago mais alto do mundo e o segundo em extensão da América Latina. Está localizado nos Andes, na fronteira da Bolívia e Peru. Vários rios desaguam no lago que tem 4 ilhas povoadas. São ilhas flutuantes, artificiais. Realmente uma atração. Os juncos que brotam das águas são usados para tudo. Fazer as cabanas onde moram, para fazer os barcos e até os brotos servem de alimentação. A medida que a estrutura da ilha vai sofrendo desgastes, novos juncos são colocados acima dos outros e assim sempre estão protegidos. É um trabalho artesanal, em tudo. Recebem turistas e curiosos do mundo todo Todos querendo conhecer esta cultura tão diferente.

As águas do lago são abastecidas pelas chuvas e pelo degelo.

Tudo é muito colorido. As roupas e o artesanato tem cores muito vivas, do tipo cheguei! Eu gostei.
Hoje existe até escolas para os moradores das ilhas. O artesanato das mulheres são muito bonitos. São bordados que parece um crochê em lã direto na tela que também é de lã. Muito interessante. Trouxe o meu é claro. Ninguém é de ferro.

Vamos em frente novamente pelo deserto, porém a paisagem muda. Muito verde,áreas produtivas, habitadas e rios de degelo. Paisagem linda!



Chegamos em   Cusco. 

Que cidade simpática.O rústico, o antigo fazem parte do conjunto arquitetônico da cidade. É a porta de entrada para a esperada Machu Picchu. É onde as centenas de turistas se hospedam para fazer os passeio às ruínas, aos sítios arqueológicos e cidades vizinhas. 
Cusco situa-se no Vale Sagrado dos Incas, na região dos Andes. Cidade alta, 3400m de altitude. E dá-lhe chazinho de coca para suportar. Com a conquista dos espanhóis, as construções são uma mistura de arquitetura inca e espanhola. Um terremoto em 1950 destruiu o prédio do Templo do Sol- Korikancho, porém sua base de origem inca permaneceu intacto. O Templo fora construído sobre a estrutura inca.  
A cidade tem bons recursos de acomodações para turistas, bons hotéis e tem bons albergues. Os mochileiros fazem a festa em Cusco. Olha que são muitos. Os restaurantes são bons também. Alguns com shows ao vivo, música andina, com flautas e tambores, músicos caracterizados.



Korikancho, Templo do Sol, construção inca de pedras encaixadas, logo acima se vê que as pedras são cimentadas de argila, construção espanhola.
 Templo do Sol - Linearmente colocadas as janelas, de forma que a abertura de uma se encaixa com a abertura de outra.  
Furos usados para encaixes


Aqui tenho que contar uma história de viagem: O hotel onde estamos hospedados mais parece uma fortaleza. As paredes externa são de pedra de mais ou menos uns 20 cm da largura. O meu quarto dava de frente para a uma rua estreita. Teremos uma manhã livre, já que chegamos a noite no dia anterior. Enquanto meu marido saiu com outros maridos para conhecer o mercado municipal da cidade, aproveitei para lavar o cabelo, lixar as unhas, depois de sei lá quantos dias. De repente, escuto uma movimentação do lado de fora do prédio. Quando olho meu coração disparou. Soldados do exército, tropas de elite e outras corporações se perfilavam em frente a minha janela. Dios mio, que se pasa, una revolucion? Onde está meu marido? Pego a câmera e discretamente tiro algumas fotos, mas percebo que os personagens lá em baixo estão descontraídos e conversam alegremente. Desço e vou verificar de perto do que se trata. Pergunto nas ruas e tenho a resposta. Como era domingo, os cuscanos fazem um aparato militar, mas de forma pacífica, como se fosse um apresentar armas, um desfile das forças armadas. Uma festa. Isso acontece todos os domingos na praça principal da cidade.Tem discurso, hino da pátria e outros eventos. E o meu marido?  Não achei. Também sem entender nada e preocupado se seria uma revolução, ele me viu filmando o acontecido envolvida em meio a outros turistas. Depois demos boas risadas. Foi um sustinho mas foi mais uma história para contar.







Ollantaytambo

É uma cidade inca ainda habitada por poucas famílias. Um povoada a 60 km de Cusco. Os monumentos do Império Inca são chamados de fortalezas por causa dos muros fortíssimos. É uma cidade alojamento, estratégica. No alto das montanhas inacreditavelmente se vê silos, armazéns de estocagem de alimentos.É impressionante. 




Esses silos estão estrategicamente construídos de forma que nem o sol ou chuva deteriorassem os alimentos. Pois é, eram seres pensantes de acordo com suas necessidades da época.


As técnicas usadas para trabalhar as pedras e construir verdadeiros monumentos são avançadas, surpreendentes. Algo descomunal.
Tudo estrategicamente pensado.

Outros sítios arqueológicos



de Tambonachay e Saqsayhuanan.
Povoado de Pisac





Agricultura na montanha, separadas por muros de pedra, para evitar erosões. Tudo de forma inteligente.
Cemitério vertical
Fonte sagrada
Pedras incrivelmente colocadas
Agora de trem vamos ao ponto alto da viagem.

Machu Picchu
Águas Calientes fica aos pés da montanha  de Machu Picchu, é aí que muitos turistas se hospedam. Tem boa estrutura para acomodações mais abonadas e também para mochileiros e albergados. A viagem de trem de Cusco até o povoado de Águas Calientes dura mais ou menos 3 horas.
O Peru faz fronteira com o Brasil na região da Floresta Amazônica, por isso a vegetação aqui mudou tanto. O rio Urubamba corre aos pés das montanhas. A cidade foi construida no alto de uma montanha muito alta. Como pode? É tudo grandioso. É impressionante como os humanos da época já engenhavam uma cidade inteira. Os encaixes entre as pedras são quase perfeitos, com pouquíssimo espaço entre elas.


O sistema de drenagem é algo engenhosamente impressionante. Apesar de ser construída entre duas montanhas,com clima chuvoso o ano todo a canalização não empoça a água. A área urbana é toda drenada. As construções são voltadas para o nascer e por do sol.




A área agrícola de caracteriza pelos terraços e lugares para armazenar alimentos e a área urbana, social, por templos, praças e mausoléus da realeza.


Tudo organizado com ruas, aproveitamento com escadarias, sistema de drenagem, saneamento com esgotos. Tudo planejado. A disposição das áreas e espaços são impressionantes.


Aqui área de descanso, com praça para o social.
Através deste equipamento no chão abastecido de água, era monitorado a posição do sol e astros. O deus sol tem destaque em várias formações.
  Casa de pessoas mais importantes da cidade




Hoje é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO.

Iquique
Depois de tanto êxtase vamos voltando para casa, mas antes para a viagem ficar completa, que tal pegar uma praia? É isso, vamos até Iquique no Chile.
Antes temos que passar pela aduana Chilena, muito rigorosa, tivemos que tirar todas as malas do ônibus e cães farejadores fizeram seu trabalho.
Cidade tranquila a beira mar no Oceano Pacífico. Capital da região Tarapacá. Pertencia ao Peru, mas foi dado ao Chile pelo Tratado de Ancon após a Guerra do Pacífico. As águas desta região são gélidas, a areia é grossa, mas o clima é gostoso.
Há bastante o que ver em Iquique, além de curtir a praia. Tem museus, compras na zona franca com 5 andares, passeios de barco pela costa.









Já são mais de 21:00 horas e o sol ainda não se pôs.






 Agora sim de volta ao deserto e indo para casa. 
Vulcão Parinacota


Uma aventura dessas fica pra sempre na lembrança. Valeu cada centavo. Voltamos diferente depois de tantas novidades . Foram muitas viagens dentro de uma viagem.
 A  LeãoTur faz essa viagem. Clique no link ao lado.

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