domingo, 2 de fevereiro de 2014

EXPEDIÇÃO AO FIM DO MUNDO Parte I

Destino Ushuaia


Pode parecer estranho, mas esta é uma opção de férias. Mostrar a Patagônia agora no verão? Sim, é uma época boa porque não faz tanto frio, e pode conhecer os lugares sem que a neve impeça a visitação. A neve está só lá no cume das montanhas. Você poderá ver os pinguins de magalhães em seu habitat em plena atividade. No inverno eles estão entocados. 
Foi uma experiência e tanto. Vinte dias viajando de ônibus, de Curitiba a Florianópolis, passando pelo deserto da Patagônia até Ushuaia.
Eu e meu marido resolvemos conhecer Ushuaia por que vimos uma reportagem sobre este lugar e ficamos curiosos.
Entramos numa excursão com mais 35 pessoas, todas empolgadas e felizes, cheias de expectativas.
Ônibus confortável, com salinha social, refeitório na parte inferior e tudo mais.
Porém os dias foram  passando e o desgaste físico foi chegando, porque afinal nossa casa, nosso hotel era o ônibus. Não tem hotel no deserto e até chegar a próxima cidade já se passaram dois dias. Mas claro, novidades acontecem. 
Quando entramos na Argentina o ônibus estragou. Estávamos numa pequena vila beira de estrada, longe de tudo, hora da sesta, ninguém trabalha por lá neste horário, é sagrado. Resultado, esperamos,esperamos, esperamos...
Por sorte, acreditem, uma loja do Mac Donalds aberta, num lugar quase deserto. Não seria o nosso almoço programado, mas fazer o que? Ufa! Que bom!
 Apesar de todo desconforto neste ônibus confortável, estávamos animados.
Trafegamos pela Ruta Nacional 3, que atravessa a Argentina desde Bahia Blanca até Ushuaia.

Tudo que vimos foi compensador. Todas as atrações além deserto, valeram cada  centavo  empregado, cada  noite  mal  dormida.  Até  hoje  estão  na lembrança.

Passamos por diversas cidades do sul do Brasil e da Argentina, algumas delas cidades  litorâneas. Comodoro Rivadavia ( capital do petróleo), Rawson, Puerto Madryn ( porta de entrada para a Península Valdez, patrimônio da humanidade). Passamos por várias aduanas e em cada delas uma estória, ás vezes ficavámos parados por quase uma hora por um motivo mínimo qualquer. Por vezes era muito irritante. Mas alguém já disse, turista e mau humor não combinam, mas existe.

Algumas vezes em pleno deserto era obrigatório andar 15 km/hs em estrada de cascalho, muito cascalho, oque impedia aquele ônibus grande de trafegar mais rápido. Haja paciência. Mas afinal, estávamos todos ali no mesmo barco, e não tínhamos oque  fazer,  só curtir e  bater  papo. Curtir o deserto  que  se perdia ao longe,uma imensidão, sem ver um ser humano que fosse, nenhuma montanha, sempre a mesma paisagem,mas de vez em quando alguns animais, roedores,  guanacos,  ovelhas,  raposas  cinza  e  nandu,  um tipo  menor  de avestruz.  Conhecer este lugar foi um privilégio. Diferente  do  Deserto  do Atacama.
A Argentina tem grandes riquezas naturais, parques nacionais, estaduais e municipais. São áreas protegidas por esses órgãos e tem por objetivo a preservação de ecossistemas. A visitação é controlada, prevista em regulamentos para preservação ambiental da flora e fauna.
A Patagônia é o maior deserto das Américas e é localizado ao sul da Argentina, onde predomina o frio, e também é seco. Não é um deserto de areia, mas de moitas rasteiras, espinhentas. Fora das zonas polares, a Patagônia possui as maiores geleiras, facilitados pelos clima frio que varia de 10° no verão e -20° no inverno.


O litoral é famoso por possuir uma das maiores colônias de pinguins de magalhães do mundo, a Península Valdez abriga além de baleias, lobos e leões marinhos.




Neste mesmo local existe o Centro de Visitantes del Istmo Carlos Ameghino, que é a porta de entrada para Área Natural Protegida Península Valdes.


Em Trelew está o Museu Palentológico Egidio Feruglio, riquíssimo. A Argentina é rica em restos de dinossauros que permite reconstruir etapas fundamentais da história destes animais. O vento era tanto nesta cidade que as janelas do hotel tinham que ficar todas bem fechadas porque a poeira estava no ar.



A Reserva de  Punta Tombo, fica entre as cidades de Trelew e Puerto Madryn, também é chamada de pinguineira. É declarada uma área natural de proteção a esses animaizinhos vestidos de forma tão elegante mas tão desajeitados.
É uma admiração atrás da outra, são milhares deles circulando entre os visitantes, eu disse milhares. Filhotes com suas penugens, adolescentes trocando as penugens pelas penas impermeáveis, senhores e senhoras. 
Os ninhos estão por toda parte, e às vezes para defender suas crias eles podem atacar suas pernas, dando bicadas,que é o máximo que eles alcançam. Por isso, existem passarelas para que os visitantes não interfiram na vida cotidiana deles. É proibido tocá-los, mesmo que a vontade de acariciá-los seja grande. No inverno eles estão hibernando e você não poderá vê-los, por isso eu disse que o verão é a melhor época para ir a Patagônia.
De Puerto Madryn saem excursões para a reserva. Paga para entrar. É Demais!










Bem, não estamos nem na metade da viagem. Já estamos viajando a cinco dias e já vimos tudo isso. Vamos em frente. Passamos por Puerto San Julian, a cidade mais próxima das Ilhas Malvinas, e estes monumentos são em homenagem aos soldados que lutaram e morreram pela soberania argentina sobre as Malvinas.


Chegamos ao Estreito de Magalhães, vamos atravessar de balsa




Depois disso, dá-lhe aduana Argentina/Chile, depois Chile/ Argentina, Paso Internacional"integracion austral"/Punta Delgada (Chile) depois, Paso internacional "San Sebastian/Las Flores, andamos poucos quilometros dentro do território chileno, mas em cada aduana uma bela parada. Paciência deve andar junto com o viajante.
Enfim, USHUAIA. A Terra do Fim do Mundo. É chamada assim por ser a cidade mais austral do mundo. Depois só mar, Atlântico Sul.
Ushuaia pertence a Província de Terra do Fogo, Magalhães deu esse nome por ter avistado ao longe várias fogueiras acesas pelos indígenas que habitavam o local.



 Hoje  as opções de estrutura e recursos para visitante são muitas, possui hotéis de nível internacional.Restaurantes onde pode-se saborear a  sentolla, que é o King crab, (caranguejo gigante) cordeiro patagônico, merluza.

Sob o olhar de uma viajante é como se o tempo estivesse parado para que eu pudesse absorver tantas novidades, tantas paisagens, um deslumbramento.É muito bonito.
 E agora rumo ao Canal de Beagle, passando pelo último farol, o Farol Del Fin del Mondo.
O Canal de Beagle  divide a Argentina e o Chile na Terra do Fogo, o estreito de Beagle divide também os oceanos Pacífico e Atlântico, dando acesso a Antártida. O passeio parte do porto de Ushuaia e passa por ilhas habitadas de cormoranes e outras aves marinhas e lobos e leões marinhos.







As opções de diversão são muitas, trekking, pesca, canoismo, ciclismo, cavalgadas, passeios de barco, de trem,visitas ao famoso Museu do Presidio, Trenzinho do Fim do Mundo e outras atrações. 
A temperatura nesta região varia de 5° a 10°C.
Agora vamos voltando que ainda tem muitas novidades, mas antes tenho que contar que quando se está em grupo, a paciência é fundamental. Depois de todos os passageiros já embarcados e a 1 km do hotel,uma colega de viagem não consegue achar seus documentos para a apresentar na próxima aduana, procura daqui, procura dali e nada. Voltamos ao hotel,nada. Então o motorista tirou todas as bagagens do porta malas, porque a mala da colega estava lá no fundo do bagageiro, revirou e nada. Até que ela se lembrou de procurar na bolsinha da bolsa e achou os tais documentos. A paciência? Ah, a paciência, graças à Deus. Estas coisas acontecem, em grupo ou não, acontecem. A mesma colega, já tinha aprontado outra, quando em outra cidade o ônibus partiu e a madame não estava presente. Voltamos, e adivinhe, ela estava tranquilamente tirando foto de uma florzinha no jardim do hotel e ainda disse, "eu sei que vocês não iriam sem mim". Estas e outras fazem parte das viagens. Graças à Deus.
Rodei muito para ter a sensação de estar na última cidade antes do além mar do atlântico sul, mas oque ainda tem por vir é prá lá de fantástico.
Glaciares na Parte II

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